Interrail: Praga

Chegamos a Praga às 14.45h e a nossa primeira preocupação foi, como sempre, comprar os bilhetes para a próxima viagem: Amesterdão. Foi a única dificuldade que lá encontramos...

Seguia-se a procura de alojamento... fomos procurar um mapa para nos orientarmos e foi ai que uma senhora de cabelos brancos se aproximou de mim e com um inglês muito básico nos perguntou se precisavamos de alojamento! A oferta pareceu-nos tentadora demais para rejeitar... quarto para duas pessoas, a 30 € por noite, no centro da cidade onde não iamos precisar de usar qualquer transporte! Decidimos segui-la, um pouco receosos... enquanto ela nos explicava onde podiamos comer barato e onde trocar dinheiro sem taxas adicionais... com 2 ou 3 perguntas percebemos que ela pouco sabia de inglês e que o discurso era apenas decorado...

Quando chegamos à casa dela, que era realmente no centro da cidade, a poucos metros de uma das Praças centrais, deparamo-nos com um prédio antigo, de tectos altíssimos e ar frio... foi preciso abrir 5 portas para encontramos o quarto, que era surpreendentemente grande, com um tecto muito alto, um grande armário repleto de livros e as paredes cobertas de quadros religiosos e crucifixos. Vimos a casa de banho que teriamos de partilhar com mais 2 quartos e decidimos ficar. Pagamos, deu-nos uma chave e ficamos com a sensação de que não mais a veriamos...

Apesar de termos almoçado às 17h este dia deu ainda para dar um passeio pela Praça Venceslau, onde vimos o Museu Nacional, a Estátua de S. Venceslau, o Grand Hotel Europa e a Passagem Lucerna. Passamos pelo supermercado, jantamos enlatados e preparamo-nos para o dia seguinte...

No dia seguinte vimos o nosso banho adiado pelo facto de estarem uns ingleses a lavar roupa na banheira e fomos para a rua mais cedo do que o previsto...

Durante todo o dia percorremos as lindíssimas ruas da cidade sob um calor quase insuportável... descemos a Praça Venceslau, passamos pelo Mercado Havelska e pela Karlova até chegar à Praça da Cidade Velha onde vimos o Relógio Astronómico... seguimos então para o bairro judeu, mais conhecido por Josefov, onde pudemos ver a Casa natal do Franz Kafka, o Cemitério Judeu e várias Sinagogas, incluindo a Sinagoga Maisel, a Sinagoga Alta, a Sinagoga Antiga Nova e a Sinagoga Klaus. Ali perto estava o Rudolfinum, uma casa de óperas, mesmo nas margens do rio, ao lado da Ponte Maneky most. Antes do almoço tivemos ainda tempo para uma visita ao Convento de Sta. Inês e depois fomos à conhecida Ponte Carlos e atravessamos o rio para subir a cidade até ao Castelo de Praga, de onde se tem umas vistas fantásticas e inesquecíveis sobre a cidade.

Era então hora de descansar porque o dia seguinte era novamente de viagem...

O comboio para Amesterdão partiu a horas e no nosso compartimento viajavam também dois Australianos e uma Brasileira com quem dividimos algumas experiências de viagem e que nos fizeram esquecer o imenso tempo de viagem por um bocado até serem horas de dormir...

Já tinha estado em Praga mas esta foi uma experiência completamente diferente... o calor de Praga é bem mais suportável que o frio e desta vez consegui aproveitar e sentir muito mais a cidade... percorri ruas encantadoras... é uma cidade mesmo muito bonita e onde é fácil fazer turismo...

Interrail: Viena

Milão foi uma desilusão... mas sair de Itália foi sem dúvida o momento mais difícil e desesperante de todo o Interrail... depois do engano nos bilhetes que nos obrigou a ir para Viena mais cedo e a desistir de Budapeste, a paragem em Veneza para apanhar o comboio que saia de Itália foi quase dolorosa...

Passavam poucos minutos da meia-noite e a estação estava fechada! Faltava 1h para chegar o comboio, que ainda se atrasou 40m e o desespero começava ali... não tinhamos jantado e não havia nem um bar aberto... estavamos cansados, e nem um chão minimamente limpo para nos sentarmos... um calor humido e sufocante... e para ir à casa de banho tivemos de ir a um hotel de 4 estrelas pedir um favor!! Para ajudar, as obras nas linhas não tinham parado, trocaram-nos de linha e tinhamos a companhia de um homem com aspecto suspeito que nos deixou ainda mais desconfortáveis...

Eram 2 da manhã quando vimos o comboio chegar e pensamos que o mau bocado tinha passado... mas estávamos enganados... quando procuramos a carruagem do João demo-nos conta de que ela não existia! Entramos na minha, e era a anarquia total! Itália no seu melhor!! O comboio vinha de Roma cheio... o meu lugar estava ocupado... havia pessoas a dormir no chão... crianças a dormir em cima das malas... outras a ocupar 2 e 3 lugares... nem um lugar disponível! Quando descobrimos que a carruagem desaparecida estava só trocada de ordem, o cenário não foi melhor: pessoas sentadas no corredor, compartimentos de 6 ocupados por 3 e 4 pessoas que dormiam... e quando pensavamos que iamos passar a noite também sentados no corredor, conseguimos encontrar 2 lugares num desses compartimentos. Perguntamos se estavam ocupados... ninguém respondeu... nem sequer nos olhou! Pareciam quase assustados! Sentamo-nos e lá conseguimos dormir... com fome, frio e desconfortavelmente sentados... mas conseguimos!!

De manhã quando acordamos parecia que tudo já tinha valido a pena... pelo menos para mim! A paisagem austríaca é fantástica mesmo de Verão: os intermináveis vales e montanhas muito verdes... os rios verde-azulados... as casas de madeira com quintais muito bem cuidados que mais pareciam casinhas de brincar... lindo!

Chegados a Viena encontramos uma realidade completamente diferente à distância de uma noite! E tudo começou finalmente a correr bem... nas informações deram-nos um livrinho com vários Hostels disponíveis na cidade... e mais tarde encontramos ainda um bar com um aspecto muito agradável e uma rapariga muito simpática e disponível que oferecia um serviço grátis de procura de alojamento... uma bela ideia!

Estivemos lá dois dias num Hostel a preço acessível, muito jovem e simpático. O metro ficava a 10 minutos a pé e só nessa rua havia 3 ou 4 supermercados... não nos faltava nada!

No primeiro dia começamos por ver o Belveder Garten, a Igreja de Sta. Madalena, a KarlsPlatz e a Karls Church, o Memorial à 2a Guerra Mundial e a Fonte da mesma praça... passamos pela zona das Embaixadas e ainda pelo Musikverein.

Neste dia ficamos com uma ideia da cidade que confirmamos no dia seguinte com uma visita ao centro... Viena é uma cidade super organizada, cheia de grandes edificios monumentais, muito limpa, muito branca, com muito verde... é bonita e agradável de passear, seja no centro ou arredores... o sistema de metro é muito funcional, as pessoas falam bem inglês e são acessíveis... o único problema são mesmo os preços para entrar nos museus que são muito além daquilo que os Interrailers podem pagar...

No segundo dia ficamos a conhecer a State Opera, a St. Stephen's Cathedral, o Museumsquartier, a Fonte dos 4 afluentes do Danubio, a MariaTheresianPlatz, a Michaelerplatz, o Holfburg Palace, a JosefsPlatz, a Royal Chapel, a Estátua de Mozart, a Spanish Riding School, e passeamos ainda pela movimentada KartnerStrabe e pela WallnerStrabe. No final do dia decidimos ainda passar pelo Danubio, o que nos mostrou apenas a zona mais suburbana da cidade, onde já se viam alguns prédios mais modernos e menos bonitos.

No terceiro dia, era já hora de continuar viagem e descobrir Praga..

Viena foi sem dúvida uma boa experiência, onde conseguimos aproveitar a cidade e ganhar energias para continuar a nossa aventura!

Interrail: Milão

Depois de 2 dias de viagem soube bem parar um pouco... tomar um banho e dormir numa cama que não estivesse em movimento... mas em Milão nada foi fácil... na estação deram-nos poucas informações sobre alojamento e foi o mais caro que encontramos em toda a viagem... à noite não encontramos o tão ansiado silêncio... afinal, estavamos em Itália! O calor obrigou-nos a dormir de janela aberta e o barulho não parou toda a noite...

No dia seguinte vimos o quão pobre é a cidade em termos turisticos... fomos de metro até à Piazza del Duomo onde vimos a Catedral e logo ao lado estavam as movimentadas e caras Galerias Vittorio Emanuelle... seguimos para a Piazza e Teatro alla Scala... e depois vagueamos até encontrar a Piazza Castelo, onde começava o pouco interessante Castello Sforzesco, que terminava no Parco Sempione, que também não impressionou...

Seguia-se Budapeste... pelo menos nos nosso planos!! Quando chegamos à estação percebemos que se tinham enganado a emitir os bilhetes e tivemos de alterar o percurso... percebemos também que nas informações de comboios não se fala inglês! Foram as pessoas mais antipáticas e pouco eficientes que encontramos em todo o caminho...

Foi a única cidade que desiludiu... mas faltavam ainda muitos dias para nos fazer esquecer este mau começo...